Conforme escrevi no artigo anterior, exploramos alguns dos grandes benefícios de desenvolver a competência da autoaprendizagem: maior nível de motivação, mais flexibilidade para aprender e um senso mais aguçado de autodesenvolvimento. Porém, a pergunta que fica é: “Qual deve ser o ponto de partida para começar este processo de autoaprendizagem?
Antes de mergulhar no mundo da autoaprendizagem, é crucial criar as condições necessárias para que este processo ocorra de forma estruturada e eficaz. Para isso, Susan Krueger, especialista em aprendizagem, aponta no artigo “The Success Pyramid: A Model of Efficient & Effective Learning” três pilares essenciais para o sucesso na aprendizagem:
- Confiança
- Autogerenciamento
- Aprendizado
Neste artigo, vou compartilhar alguns insights que tive enquanto estudava este tema e dar algumas sugestões de como aplicar estes pilares em sua jornada de autoaprendizagem. Vamos lá!
Confiança
É fascinante que a base desta “Pirâmide do Sucesso” seja a confiança. Faz todo sentido, não é? Afinal, só podemos atingir um objetivo se tivermos a plena convicção de nossa capacidade de alcançá-lo. Quando penso nessa característica, imediatamente me vem à mente o exemplo de Kobe Bryant, astro da NBA que, infelizmente, nos deixou em 2020.
Kobe sabia que o segredo para se destacar era adotar a mentalidade de “se tornar uma versão melhor de si mesmo todos os dias”. Para isso, ele treinava incansavelmente até ter a confiança de aplicar seu treinamento em um jogo real.
Ao observarmos atletas de alto rendimento, percebemos que eles possuem uma mentalidade obstinada e investem todos os seus esforços para atingir seus objetivos — o que exige dedicação e resiliência. A frase “acho que não consigo” não faz parte de seus vocabulários, pois eles reconhecem que a autoconfiança é essencial em suas carreiras.
Da mesma forma, quando acreditamos em nossa própria capacidade de adquirir novos conhecimentos por meio do esforço e da perseverança, nada pode nos deter — nem mesmo nós!
Portanto, antes de começar a investir tempo e recursos para aprender algo novo, visualize seu objetivo e não permita que aquela “voz” interna lhe diga que não é capaz!
Autogerenciamento
Retomando o livro The Science of Self Learning, de Peter Hollins, o autor explica que o autogerenciamento envolve organizar o tempo, os recursos e as ferramentas para facilitar o processo de aprendizado. Esta competência é essencial, especialmente considerando nossas rotinas agitadas, onde tentamos equilibrar família, trabalho e saúde.
Existem diversas ferramentas de autogerenciamento, cada uma com suas peculiaridades e focos. Gostaria de compartilhar dois que uso no meu dia a dia: o Bullet Journal e a Técnica Pomodoro.
Bullet Journal
O Bullet Journal (BuJo) é um conjunto de ferramentas para organizar a mente e nossos projetos — essencialmente, um sistema de produtividade adaptável a qualquer tipo de rotina.
Resumidamente, o BuJo nos leva a documentar não apenas o que fazemos, mas também o porquê. Por exemplo, em vez de simplesmente adicionar “Escrever artigo para minha newsletter” a uma lista de tarefas, é crucial entender o motivo dessa ação. Seria para aumentar sua audiência? Ajudar a vender um produto ou serviço? Ou apenas compartilhar conhecimento? O Bullet Journal nos ajuda a definir objetivos e dividi-los em metas menores, tornando-os mais alcançáveis.
O que acho fantástico nesta ferramenta é a possibilidade de usar um caderno físico. Muitas vezes, estamos tão imersos no mundo digital que esquecemos o valor dos bons e velhos papel e caneta. Além disso, o BuJo tem como base o acompanhamento diário do nosso progresso, o que nos ajuda a visualizar se estamos indo para a direção certa.
Em breve, compartilharei como utilizo o BuJo na minha vida pessoal e profissional. Acredito que minha experiência possa lhe oferecer alguns insights valiosos 😉
Técnica Pomodoro
Ser produtivo pode ser um desafio e tanto para nós, profissionais criativos. Há momentos em que nos sentimos invencíveis e outros em que parecemos um carro com o freio de mão puxado, tentando “nos arrastar” para fazer o necessário. Pelo menos, é assim que me sinto às vezes.
A verdade é que, frequentemente, o que limita nossa produtividade é a perda de concentração. No meu caso, sempre consegui manter um hiperfoco ao trabalhar. Porém, após algumas horas, minha concentração ia se esvaindo, como a bateria de um celular. Com o tempo, até pequenos ruídos vindos da rua desviavam meu foco. Essa situação sempre foi problemática para mim, gerando frustração por não me sentir plenamente produtivo. Contudo, conhecer a Técnica Pomodoro foi um divisor de águas no meu trabalho.
Esta técnica, criada por Francesco Cirillo, consiste em dividir o trabalho em períodos de 25 minutos, intercalados com pausas curtas de 5 minutos. O grande trunfo do Método Pomodoro é que ele permite trabalhar com foco total, ao mesmo tempo em que oferece momentos para descansar a mente. É similar a um treino de musculação, onde precisamos descansar entre as séries para não sobrecarregar os músculos.
Aplicar o Método Pomodoro não só me ajudou a trabalhar mais eficientemente, como também me proporcionou mais tempo livre para outras atividades, como passar momentos com minha família, me exercitar mais e até jogar videogame!
Aprendizado
À primeira vista, pode parecer estranho que aprender seja a última etapa no processo de aprendizagem. Porém, faz todo sentido!
Pense, por exemplo, no processo de aprender um novo idioma. Não basta apenas se matricular no primeiro curso que aparece e acreditar que isso seja suficiente para falar fluentemente uma língua estrangeira. É preciso ter plena confiança na sua capacidade de atingir esse objetivo e estabelecer um sistema de autogestão que permita criar um cronograma eficaz de aprendizagem. Afinal, dominar um idioma exige tempo dedicado à leitura, escuta, escrita e conversação.
Mas, quais são as melhores formas de aprender?
Não se preocupe! Na “Educação em Mente”, compartilharei algumas técnicas que aprendi estudando e aplicando na prática. Portanto, fique ligado nos próximos artigos!