Já aconteceu de terminar um livro ou um curso e se perguntar: “Será que realmente aprendi alguma coisa?”
Essa pergunta reflete uma dificuldade que já enfrentei muitas vezes: a de reter o conteúdo que consumi e transformá-lo em aprendizado.
É claro que aprender não engloba apenas decorar uma matéria ou se lembrar do que leu em um livro. Porém, a capacidade de memorizar conteúdos consumidos pode ser uma grande aliada no processo de aprendizagem.
Por isso, neste artigo, quero compartilhar com você algumas dicas que me ajudam a reter informações de forma mais eficaz, além de apresentar um método que utilizo no meu dia a dia para isso. Vamos lá?
Como eu estruturo a retenção de conteúdos
Quando comecei a explorar mais profundamente o tema autoaprendizagem, uma das primeiras coisas que me perguntei foi: Como posso transformar o que estudo em aprendizado real?
Para mim, memorizar e criar conexões sempre foi parte importante desse processo. Por isso, quando li o livro The Science of Self-Learning, achei muito interessante o Método SQ3R, criado por Francis P. Robinson.
Ele tem como objetivo ajudar a extrair o máximo de compreensão de um material lido. O método é simples e se divide em cinco etapas: Survey (explorar), Question (questionar), Read (ler), Recite (recitar) e Review (revisar). Vou explicar como aplicar cada uma delas:
S – Survey (explorar)
Sempre começo explorando o material de forma geral, pois isso me ajuda a entender o que estou prestes a estudar e definir meus objetivos.
Costumo identificar conceitos e palavras-chave que se repetem e observar a estrutura do conteúdo. Por exemplo, ao pegar um livro, analiso o sumário, dou uma olhada nos títulos dos capítulos e folheio as páginas para observar figuras, gráficos ou outros elementos importantes. Isso me dá uma ideia clara do que esperar do material escolhido.
Q – Question (questionar)
Depois de explorar o conteúdo, gosto de criar perguntas sobre o material que vou estudar.
Conforme certo amigo meu diz, os livros funcionam como mentores. Então, sempre penso: O que eu gostaria de perguntar para esse autor?
Uma estratégia que pode ser usada é criar questões com base nos títulos e subtítulos do material. Por exemplo, ao ler o capítulo “Experimentação” de A Startup Enxuta, do Eric Ries, posso perguntar: “Como a experimentação pode me ajudar a desenvolver produtos no meu negócio?” ou “De que forma isso se aplica à minha rotina no trabalho?”. Quanto mais específica a pergunta, melhor.
Percebo que, ao fazer essas perguntas, minha leitura fica muito mais interessante. Além disso, sinto que fico mais focado, porque sei exatamente o que procurar para encontrar as respostas das minhas próprias perguntas.
R – Read (ler)
Aqui é onde acontece o consumo do conteúdo. Durante a leitura, procuro responder às perguntas que formulei antes e faço anotações.
Gosto de usar o Método Cornell para organizar minhas anotações. Ele funciona assim:
- Anotações: Escrevo com minhas próprias palavras o que estou lendo, de forma simples e objetiva.
- Tópicos: Registro palavras-chave ou frases curtas que me ajudam a lembrar dos pontos principais.
- Resumo: Tento sintetizar o que aprendi em poucas frases, como se estivesse explicando para uma criança.
Essa abordagem me ajuda a organizar o que leio e torna a revisão muito mais prática.
R – Recite (recitar)
Depois de consumir o conteúdo, gosto de processá-lo de forma ativa, porque isso realmente faz a diferença no aprendizado.
Algumas formas que uso para recitar o que aprendi:
- Escrevo um texto sobre o assunto (como este artigo, por exemplo);
- Explico para alguém, como um amigo ou colega, de maneira simples;
- Desenho um mapa mental ou esquema para visualizar as informações.
Sinto que, ao externalizar o conhecimento, ele se fixa muito mais na minha mente.
R – Review (revisar)
Por fim, revisitar o que estudei é fundamental para mim. A revisão ajuda a reforçar as ideias principais e criar conexões com outros conhecimentos que já tenho.
Sempre procuro relacionar o que aprendi com situações do meu dia a dia ou com outros temas que já domino. Isso deixa o aprendizado mais significativo e duradouro.
Que tal experimentar?
Quando comecei a aplicar o Método SQ3R, confesso que parecia um pouco trabalhoso. Mas, com o tempo, percebi como ele é eficaz para aproveitar ao máximo os conteúdos que estudo. Inclusive, este artigo é resultado direto da aplicação desse método!
Aprender é um processo contínuo, e métodos como o SQ3R tornam essa jornada mais rica e eficiente. Não se trata apenas de consumir informações, mas de realmente internalizá-las e aplicá-las na prática. Que tal experimentar esse método e transformar sua forma de aprender?
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